tag:blogger.com,1999:blog-85580459867558174342024-02-19T07:08:05.550+00:00AyyapaExpressReflexões de um ocidental à ilharga do Mar ArábicoFernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.comBlogger342125tag:blogger.com,1999:blog-8558045986755817434.post-26684894908606941712018-12-11T20:36:00.000+00:002018-12-11T20:36:34.627+00:00 E não me falem de heterónimos...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;"><span lang="EN-US" style="font-family: "times";">Muitas vezes a minha vontade é ser como sou...radical
e mandar à merda as considerações e os palpites sapientes, pouco estudados,
superficiais, demagógicos de peito cheio como se de uma grande verdade se
tratasse, como se o mundo "civilizado", não pudesse viver sem aquela
opinião, como sem aquela luz e sem aquele voto, tudo se desmoronasse e o caos
voltasse a reinar (pobre da borboleta que bate as asas...).</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;"><span lang="EN-US" style="font-family: "times";">Outras vezes a minha vontade é ser como também sou,
com um grande jogo de cintura, suportado pelas centenas de horas que
dancei em variadas discotecas da vida, exercendo uma espécie de tai chi nas
relações sócio/politico/culturais (obrigado mestre Ngyuen Duc Mok), tentando
encontrar no vazio a gota de sabedoria, a candeia condutora, a verdade, o
caminho...tentativa quase sempre gorada...tudo se reduz, habitualmente, à
costumeira ignorância elevada à potência da futilidade e da pesporrência
...p...q...p...</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;"><span lang="EN-US" style="font-family: "times";">Mas é o que temos. Trata-se agora de vestir os
coletes...de que cor?</span></span></div>
</div>
Fernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8558045986755817434.post-38811754114155779252018-10-23T14:59:00.000+01:002018-10-23T14:59:50.248+01:00A besta<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
A coisa vai ganhar. Os apoiantes da coisa vão, nessa noite, comemorar
matando gente. A coisa vai entrar a tiro em vários lugares numa suposta
caça à banditagem em prol da segurança nacional e massacrar sem
critério. A besta/coisa vai separar branco, preto, mestiço, homo, trans,
índio e vai instituir um novo apartheid. O animal não vai ficar saciado
enquanto não arrasar as poucas instituições democráticas que restam.
Que se cuidem os artistas, os cantores, as tribos urbanas ou amazónicas.
Uma vaga de sangue, de discriminação, de violência bruta, uma vaga
degoladora vai atravessar e infectar o país. Árvores centenárias de
Roraima vão cair, incendiadas, em Santa Catarina e a peste fascista
contaminará todas as águas, todas as analfabetas consciências, todos os
oportunistas. Uma longa noite cobrirá o trópico.</div>
Fernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8558045986755817434.post-52581331260528397382018-04-11T20:04:00.001+01:002018-04-11T20:04:17.912+01:00Flores do deserto<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<style><!--
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<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;"><span lang="EN-US" style="font-family: BodoniSvtyTwoOSITCTT-Book;">O que eu queria era deitar-me contigo</span></span><span style="font-size: large;"><span lang="EN-US" style="font-family: BodoniSvtyTwoOSITCTT-Book;"> e, no silêncio do teu corpo magro, cheirar as flores
do deserto.</span></span><span style="font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;"><span lang="EN-US" style="font-family: BodoniSvtyTwoOSITCTT-Book;">Ouvir e dar a importância à luz, ao tempo, à lentura
de dias apanhados nos arbustos</span></span><span style="font-size: large;"><span lang="EN-US" style="font-family: BodoniSvtyTwoOSITCTT-Book;"> espinhosos, pousar a água na boca, ir por estrelas
desconhecidas, ouvir a língua branca do lagarto, alguma areia risca os abraços
e percorrer trilhos invisíveis debaixo da escarpa das constelações.</span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;"><span lang="EN-US" style="font-family: BodoniSvtyTwoOSITCTT-Book;">Na noite,
na manhã, pelos dias…</span></span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal">
<br /></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Cheirar as flores do deserto, um oásis perfumado de rios do
corpo, entrei. Gotas brancas marcam o território, a doçura da areia convida à
suspensão do tempo, ao afago.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Afilamentos de dedos conduzem os olhos e a
língua.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Esvai-se o dia e não<span>
</span>sabemos se à noite há caminhos ou, as estrelas, vão brincar sozinhas no
azul disponível.</span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal">
<br /></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Cada caminho, um tamanho de caminho e queremos apanhar a
boleia das corças.</span><span style="font-size: large;"> Há trilhos possíveis no ar saturado de incenso.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Amadurece o
trópico noutros lugares.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Ainda noutros lugares meias vestem a pele, a mão
tropeça no despir.</span><span style="font-size: large;"> Acrescentamos mar ao pensamento e tanta água por dizer.</span><span style="font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Faz-se silêncio de murmúrios e cheiro-te deitado no</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">miradouro do corpo.</span></div>
</div>
Fernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8558045986755817434.post-30343142588874288252018-03-14T21:50:00.000+00:002018-03-14T21:50:04.680+00:00Pião<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<style><!--
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panose-1:0 2 2 6 3 5 4 5 2 3;
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</style>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Tahoma; font-size: 14.0pt;">Uma
cerveja, um parque de oliveiras; ao longe um rio que, nem a encher nem a vazar,
espera que a conversa se desenrole e que possa fluir para o mar ou que o mar
entre dentro e, as ostras, saciadas, soltem pérolas no azul; tempo a fazer
caretas, conversa solta, corpo liberto do vinco nas calças.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Tahoma; font-size: 14.0pt;">Um pião
vem rodopiar o dia e precipita os metais.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Tahoma; font-size: 14.0pt;">É a noite
da laca vermelha.</span></div>
</div>
Fernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8558045986755817434.post-24013090651849108742017-01-06T20:06:00.002+00:002017-01-18T18:19:01.393+00:00A japonesa<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<style><!--
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<br />
Pela primeira vez ofereceram-me lugar no autocarro, uma
japonesa linda. Eu não queria lugar no autocarro mas sim no colo da japonesa,
ali ficar sentindo os perfumes do chá verde. Isto fez-me lembrar uma anedota da
minha juventude que, hoje, seria certamente considerada misógina e racista: um
grupo de putos perguntava, se a vagina das japonesas seria longitudinal ou
transversal como os olhos e, o menino Carlinhos, liminar, disse que era
longitudinal porque, quando as japonesas descem pelo corrimão o som que se ouve
é ssssss e não te, te, te, o que se ouviria, caso fosse transversal. Esta memória apaziguou o
percurso e, a japonesa com GPS, lá ia sorrindo ao Tejo sem saber da localização
dos meus pensamentos.</div>
Fernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8558045986755817434.post-31657198896470785812016-09-13T12:12:00.002+01:002016-09-13T12:12:25.767+01:00Trans-sabores<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br /><style><!--
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<br />
<div class="MsoNormal">
Vamos a um indiano? Esta frase ouve-se cada vez com mais
frequência nas tardes de Lisboa. Talvez tenha sido Garcia de Orta o primeiro a
ter este desejo quando, no contacto com a medicina Ayurvédica, descobriu os
infindáveis sabores e poderes terapêuticos das plantas indianas. Da guerra
colonial veio a nossa apetência pelo jindungo. Lembro-me que, durante muitos
anos foi, a malagueta, o único elemento de construção de uma culinária de
fusão. Tudo com jindungo o que recordaria noites tropicais ainda que o camarada
estropiado pelas minas não apreciasse o sabor. Diria que o 25 de Abril acabou
com o quarto D,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>destemperar. A
chegada numa primeira fase de muitas etnias africanas e, posteriormente, de
sabores mais asiáticos e longínquos veio destronar o jindungo enriquecendo a
paleta gustativa e olfactiva das nossas cozinhas. Na mesa as cores
intensificaram-se. O que era apenas amarelo e castanho ganhou vários arco-íris.
Vermelhos vivos, amarelos, verdes esmeralda deixaram de assustar uma comunidade
que ainda veste cinzento e azul escuro. Os portugueses começam a arriscar
experimentar novos sabores, atrevem-se a comprar formas, substâncias e
mistérios que desconhecem. Entram em espaços cujo cheiro, porque nunca sentido,
os repugnaria. O nariz conservador e bem comportado dos portugueses ficou
rebelde, curioso, atrevido. Já se mete onde não é chamado. Na sua casa, o
português, combina experimentalmente, seguindo conselhos de amigos africanos ou
asiáticos, ingredientes nacionais e estrangeiros com resultados, na maioria das
vezes originais e repetíveis. As associações estrangeiras com os seus encontros
culturais e gastronómicos são em parte responsáveis por esta onda
“gourmet”.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Os imigrados são os
grandes embaixadores das cozinhas dos seus países fazendo-nos perceber que, as
grandes pratadas de feijoada, são apenas uma pequena parte dos sabores do
Mundo. Também temos vindo a perceber e talvez integrar que, a pobreza e as
dificuldades desses emigrantes, não são sinónimo de cozinhas, sabores e culturas
elas também pobres. Pelo contrário uma mesa variada com uma extensa paleta de
cores e de sabores quer normalmente dizer que estamos na presença de culturas
ricas e hospitaleiras. Ainda hei-de ver servido bacalhau com batatas ao açafrão
ou sardinhas assadas com molho korma.</div>
</div>
Fernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8558045986755817434.post-59415968987756684852016-08-19T19:34:00.000+01:002016-08-19T19:34:12.252+01:00República da Transtuk-tuklândia episódio 3 – o campo de férias de Alfama<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span lang="EN-US">Descem às centenas, todas as manhãs, dos becos do pladur.
O som dos troleys dá cor à manhã. É o imenso campo de férias de Alfama que se
movimenta na busca da torrada com meia de leite ou, da Sagres, que faz arrotar
a noite que foi de altos gritos pelas vielas do fado. Abre cedo este campo de
férias. Fecha tarde este campo de férias. As esplanadas não respeitam a hora de
fecho. Não há a mínima fiscalização. Ao fim da tarde, a polícia municipal,
mesmo interpelada directamente, desculpa-se que está ali pelo trânsito e não
quer interromper os concertos de USB e voz desafinada, altamente amplificados
que ecoam nas janelas. Preocupa-me a próxima campanha eleitoral para a Câmara e
para as juntas, nomeadamente para a Junta de Santa Maria Maior. Vão gastar
imenso dinheiro fazendo campanha no Airbnb e no Homelidays. Não vai ser barato
e tudo terá que ser traduzido em inglês, ainda que das docas ou, do terminal de
cruzeiros. </span>
</div>
Fernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8558045986755817434.post-19224498312399535522016-08-03T20:19:00.003+01:002016-08-03T20:19:34.224+01:00 República da Transtuk-tuklândia episódio 2<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT; mso-fareast-language: EN-US;">Eh! ...Oh!...Essssa merda...bora...E a camioneta
arranca levando o lixo papelão da manhã. Perto, as “gajas” em
calção/cueca/loiras fotografam Santo António cada vez menos beato, com tanta
carne exposta. Dois pedreiros limpam a calçada com uma máquina excessivamente
barulhenta. Retiram o cimento que ficou, por descuido e falta de qualidade das
obras anteriores que deixaram o granito branco. Afinal a intenção era uma rua
em feldespato! O polícia municipal continua a teclar smartphone, motas aceleram
a seco com decibéis acima de qualquer norma, tunnings descem do Castelo
anunciando os egos musicais dos carros brancos, o polícia municipal, tecla.
Vai-se assim, a tarde, até que chegue guantanamera em concerto para USB, acordeão
romeno e sax, flautas típicas de, Coimbra é uma canção, o introvertido dos 7
instrumentos. Alguma calmaria até à meia noite quando são despejados os vidrões
e, para fechar a noite, o verdadeiro lixo, arrastado pela calçada, dezenas de
metros, acordando toda a gente. Rodas duras em chão duro uma espécie de
minimal(maximal) repetitivo sonoro. Será que o vereador do lixo sabe da
existência de rodas de borracha no mundo? Assim segue a noite com muita
cantiga/álcool debaixo da janela até o despertador do motor frigorífico do
camião da carne estacionado perto. Motor para boi ouvir, muitos decibéis acima
do suportável. A República da Transtuk-tuklândia caracteriza-se pelo total
liberalismo e liberdade de actuação das corporações. Tudo a bem da concorrência
saudável. Os moradores que vão morar para lá de Moscavide. </span>
</div>
Fernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8558045986755817434.post-68864180138272602772016-07-25T20:22:00.001+01:002016-07-25T20:24:36.484+01:00 República da Transtuk-tuklândia<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<br />
<br />
<div class="MsoNormal">
República da Transtuk-tuklândia, em fase de homologação pela
ONU. (Corre o boato que nem Guterres votará a favor da sua constituição, caso
seja eleito secretário-geral. </div>
<div class="MsoNormal">
Presidente Medina, vice-rei Salgado, Bobo Miguel Coelho, o
Maior.</div>
<div class="MsoNormal">
Na república da Transtuk-tuklândia uma bola de gelado custa
2,20€, mais caro que em Berlim mas com o flavour do Tejo e do novo terminal de
cruzeiros. Terminal é a palavra adequada, porque é a fase em que está a entrar
a república da Transtuk-tuklândia, ainda antes da sua formação. Na
Transtuk-tuklândia os arrumadores desceram ao coração da cidade, arrumadores
verdadeiros, daqueles que riscam os carros dos moradores, bandidos mesmo.
Diferentes dos arrumadores das avenidas novas da referida república que são
apenas heroinómanos. Na Transtuk-tuklândia tudo é gourmet: duas assoalhadas
gourmet; dourada de aviário gourmet; pastel de bacalhau com um risco artístico
de groselha, gourmet. Santo António benze viaturas, pessoas, imperiais. Na
Transtuk-tuklândia há um outro flavour do sagrado, basta ouvir as explicações
históricas, em diversas línguas dos tuk-tuk drivers, o verdadeiro motor
económico da Transtuk-tuklândia. Na Transtuk-tuklândia os polícias municipais,
uma espécie de guarda do Vaticano, melhor, os gordos polícias municipais estão
dedicados ao estacionamento. Tudo o resto não lhes interessa minimamente. A
multazinha já cá canta diz o PM no seu smartphone à amante, provavelmente
lavadeira de roupas frequentadas por holandeses. O PM, com um vistoso colete
verde fosforescente, faz vista grossa (uma característica única da
Transtuk-tuklândia), a tudo o que não seja o carrito fora do lugar. Na
Transtuk-tuklândia já não há moradores: há pessoas que prestam serviços a
turistas que, habitualmente, deixam as garrafas das bejekas nas esquinas das
ruas. (Que o digam os esforçados trabalhadores da Junta). Na Transtuk-tuklândia
já quase não há casas. A urbanização é do tipo Airbnb, chão flutuante,
materiais foleiros, recuperações duvidosas, pladur à fartazana. A joint venture
Pladur- Transtuk-tuklândia que muito agrada ao Salgado tem a benção do Santo de
serviço e dos patos bravos, agora mais mansos. Na Transtuk-tuklândia o fado é
que induca e o vinho é que instrói, dizia-se. Esta grande máxima foi finalmente
corrigida e agora reza assim: na Transtuk-tuklândia o futebol é que induca e a
sangria é que instrói.</div>
</div>
Fernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8558045986755817434.post-69491874836465145172016-02-17T19:48:00.000+00:002016-02-17T19:48:06.396+00:00 Abrir uma conta no banco do Estado<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
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--></style><span style="font-size: large;">Somos uma associação sem fins lucrativos. Depois de 4
(quatro) idas às Finanças para iniciar a actividade (ver <a href="http://www.faceocultaterra.blogspot.pt/">http://www.faceocultaterra.blogspot.pt/</a>),
tomámos um café, respirámos fundo e decidimos ir abrir uma conta bancária nesse
dia histórico. O banco mais próximo era a CGD. Entrámos, tirámos a senha e
esperámos, bem dispostos pois tínhamos concluído uma etapa difícil na
burocracia portuguesa. Somos chamados. Foi preciso mostrar estatutos, actas,
cartões de cidadão, fotocópias. Três horas depois, após uma dúzia de
assinaturas e outros tantos códigos e fotocópias conseguimos abrir a conta com
ebanking incluído. Uuff! Em casa ensaio do ebanking e nada. Utilizo os códigos
que me deram e nada! Decidimos voltar à CGD. A arrogância da funcionária que
achava isto tudo normal porque, dizia ela, utilizando o jargão técnico, não
definimos o que queríamos utilizar no banco electrónico por isso não foi
accionado. Assertivamente com o tom de voz mais elevado, irritado mesmo,
expliquei-lhe que o colega devia ter perguntado, que não somos técnicos
bancários e que o banco deve servir o cliente e não o contrário. Mais uma dúzia
de assinaturas, novos códigos, novas fotocópias. Agora está funcionar dizia a
dita funcionária. Só experimentando dizia eu. A custo lá disponibilizou um
terminal para testar e, aparentemente, tudo estava bem. Em casa de novo, já
consegui entrar no ebanking e respirei fundo. O pior foi quando quis realizar
uma transferência: era preciso accionar a personalização, fazer mais 3
operações de validação. Desisti da electrónica. Esperamos apenas receber o
cartão multibanco, fazer as operações urgentes e mudar de banco. CGD, uma
empresa do século 19 que tenta utilizar tecnologia do século 21.
</span></div>
</div>
Fernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8558045986755817434.post-76171722621327616032013-10-12T16:25:00.003+01:002013-10-12T16:25:29.635+01:00Solução final<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<h3 class="post-title entry-title" itemprop="name">
<br />
</h3>
<span style="font-size: medium;"><span style="font-family: "Trebuchet MS";">Proponho que o </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Patentes_da_SS"><span style="color: windowtext; font-family: "Trebuchet MS";">Oberstgruppenführer</span></a><span style="font-family: "Trebuchet MS";"> Pedro, o </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Patentes_da_SS"><span style="color: windowtext; font-family: "Trebuchet MS";">Brigadeführer</span></a><span style="font-family: "Trebuchet MS";"> Paulo e o </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Patentes_da_SS"><span style="color: windowtext; font-family: "Trebuchet MS";">Sturmführer</span></a><span style="font-family: "Trebuchet MS";"> Mota tomem uma atitude radical. Num local cedido por uma
autarquia penta montem um campo de “acolhimento” de seniores. Uma espécie de
FNAT de fim de vida. Não é preciso ser sócio do Inatel. Basta ter uma pensão de
reforma. À entrada os seniores deixarão as suas poupanças, os cartões de débito
e crédito, os anéis e colares, sapatos se não forem da loja do chinês, relógios
e outros objectos que possam ser convertidos no serviço da dívida. A partir
dessa data entrarão em jejum purificador. Diariamente haverá cânticos em louvor
do FMI, duas vezes de manhã; à tarde hossanas ao Banco Central europeu e, à
noite, hinos de profundo fervor à Comissão Europeia, ao Sr. Silva e esposa e a
todos os políticos ao serviço da dívida e do défice. </span></span>
<div dir="ltr" style="text-align: left;">
<span style="font-size: medium;"></span><div class="MsoNormal">
<span style="font-size: medium;"><span style="font-family: "Trebuchet MS";">O
jejum actuará
rapidamente o que ainda vai dar tempo para fazer um Orçamento
rectificativo e,
desse modo, cessará o encargo com as pensões e o estado libertar-se-á de
vez do
pouco recomendável e reaccionário Tribunal Constitucional. Haverá
dinheiro
para os bancos poderem, finalmente, acelerar a sua politica de
compromisso e
apoio social, de crédito barato aos mais pobres o que até agora não
tinha sido
possível. A grande maioria dos bispos prestaria o serviço de
ExtremaUnçãoexpress, sem custos para o Estado. Esta seria uma verdadeira
decisão
irrevogável!</span></span></div>
</div>
</div>
Fernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8558045986755817434.post-68543973069584000322013-07-09T15:32:00.001+01:002013-07-09T15:45:24.985+01:00Ciclo cósmico<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-size: large;">Se eu fosse dado à ficção científica diria que o worm hole onde entrámos no 25 de Abril, abriu-se no Mosteiro dos Jerónimos na missinha de acolhimento ao Sr. Manuel Clemente, Cardeal Patriarca dito progressista e tudo e tudo. Pelo portal que se abriu nesse dia entraram os animais já extintos que voltaram a ocupar os respectivos lugares, à direita de deus pai. Cavaco e a sua esposa, em posição de destaque na nave, afirmaram a sua categoria de católicos especiais, isto é, católicos mais que os outros. Aplausos saudaram o cumprimento escrupuloso do Velho Testamento. O universo recuperou a paz enquanto Portas sonha com Santa Comba Dão.</span></div>
Fernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8558045986755817434.post-25348816002680845072013-05-10T16:11:00.001+01:002013-05-10T16:11:38.428+01:00em pagamento...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<style><!--
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--></style><div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: large;">As “pensões em pagamento” são o último eufemismo dos lindos
que nos governam.</span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: large;">Se ele sabe que é inconstitucional... sabe. Chamo no entanto,
a atenção, para o facto de que o Tribunal Constitucional, não declarou como
sendo inconstitucional, a mais inconstitucional das medidas que lhe foram
apresentadas recentemente: a contribuição extraordinária de solidariedade dos
reformados. Receio que desta vez possa acontecer algo de semelhante suportado
por 500 pareceres jurídicos da mais fina doutrina.</span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span><div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: large;">Então pensavam que bastava terem ajudado a fazer uma
revolução, a construir um país, terem trabalhado e descontado intensamente ao
longo da vida para terem uma reforma desafogada? Pensavam que agora podiam
desfrutar calmamente?</span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span><div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: large;">O cão do PSD, o lindo Gaspar e o “não digam que não avisei”
enfim, a troica, não vão deixar. </span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span><div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: large;">Prepotência, banditismo, associação de malfeitores, gangue,
roubo, saque, cáfila, gangster, são algumas das palavras chave que me ocorrem
sobre esta matéria.</span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: large;">
</span></span><div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: large;">Aos possuidores de uma pensão em pagamento resta-lhes a
desobediência civil. </span></span></div>
<br /></div>
Fernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8558045986755817434.post-26909903741359735282013-04-25T23:50:00.000+01:002013-04-25T23:50:14.042+01:0025<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
<style><!--
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--></style><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"> Ele há homens sem vergonha. Há pessoas sem ética. Até há
quem julgue que o cargo que ocupa está acima de qualquer suspeita. Há quem não
distinga missão de opinião. Há mesmo quem não esteja acima de qualquer suspeita.</span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Há quem não se eleve acima do ar da manhã e vomite, aos microfones da
democracia, frases decalcadas do dia anterior. Há quem não saiba o que diz, sabendo-o.
Há quem envergonhe muita gente. Há quem trabalhe demasiadas horas por dia e
canse o País. Há presidentes que nem deviam ser vogais de uma colectividade de
bairro. Há quem abuse do poder e ache que equidistância é o que nos separa dos
cavalos. Há cavacos e cavacos!</span></span></div>
</div>
Fernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8558045986755817434.post-49400904440285558742013-02-20T16:41:00.001+00:002013-02-20T16:41:48.123+00:00Desaprender a liberdade<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
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--></style><span style="font-size: large;"> Dizem-nos que estamos a desaprender a liberdade.</span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Está a correr no PS, veja-se a opinião de algumas gradas
figuras, uma opinião de crítica, por anti-democráticas, às manifestações
grandolenses contra o primeiro ministro e alguns ministros. Ach<span style="font-size: large;">a</span>m, estas personalidades,
que não é democrático não deixar falar o ministro Relvas no palco privilegiado
da democracia que são as Universidades. O que quer o PS ? Que fiquemos
todos calados até novas eleições ? Que sigamos Ulrich e aguentemos cara
alegre ou só nos manifestemos nos « palcos » da democracia ?
Quer o PS um povo institucionalizado como os seus funcionários e maioria dos
dirigentes ? Quer o PS que nada aconteça a não ser as manifestações de
escribas à Troika ? Acha o PS que a indignação não é democrática porque
não é bem comportada ? O que se antevê é que se o PS tomar o Poder em 2015
haverá vários “incontestáveis ministros Relvas” que não poderão ser vaiados sob
risco de prisão. Pelo caminho que as coisas estão a tomar, temos que acelerar o
processo de "desaprendizagem" da liberdade.</span></div>
</div>
Fernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8558045986755817434.post-26392841618395445082013-01-31T23:40:00.001+00:002013-01-31T23:40:47.611+00:00Um dia na Índia<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="300" mozallowfullscreen="" src="http://player.vimeo.com/video/58313264?title=0&byline=0&portrait=0&badge=0" webkitallowfullscreen="" width="400"></iframe><br /></div>
Fernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8558045986755817434.post-72006482570557909442013-01-28T18:41:00.001+00:002013-01-28T18:41:40.956+00:00Cafreal<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
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--></style><span style="font-family: "Trebuchet MS"; font-size: 14.0pt;">Transar o mercado de Mapussá, comprar caju,
talvez cardamomo ou pimenta, canela ou jaca. Cheirar o cânhamo e o camarão do
Mar Arábico a saltar para dentro do chacuti. Levar Dodol para comer à noite
quando a neblina se instalar sobre o Mandovi. Percorrer Pangin à procura da
tia-bisavó no Bairro das Fontaínhas, ouvir uma Avé-Maria em Concanin e reviver
a glória bafienta do Império nas conversas dos Noronhas e dos Albuquerques, à
mesa de teca com vindalho e cafreal. Beber um Feni e comer uma chamussa antes
que chegue o ferry. Em Velha Goa, velhíssimas relíquias de velhíssimos santos,
Xavier à cabeça, recordam-nos as barbas dos “ferenguis” que aqui
chegaram...alguns ficaram. A talha dourada encurva-se em barrocos asiáticos e
os santos, católicos brâmanes, vestem seda. Sentir as drogas e as coisas
medicinais da Índia na farmácia Ayurvédica onde estagiou Garcia de Orta. Do
alto do forte de Aguada vigiar o mar e o infiel e desenhar, na areia, mantras
de despedida.</span></div>
</div>
Fernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8558045986755817434.post-69982623717555299102013-01-25T12:06:00.003+00:002013-01-25T12:09:43.719+00:00Pressa<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
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</div>
--><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;"> A pressa senhor secretário-geral é que uma boa parte dos
portugueses gostariam, apesar de tudo, de poder contar com o PS para uma
alternativa de esquerda; a pressa senhor secretário-geral é que o senhor ainda
não entendeu, tal como o seu camarada Lello que os “resultados estrondosos”
(palavras dele) nas próximas autárquicas, não ficarão a dever-se a uma
estratégia de progresso e de desenvolvimento regional da parte do PS mas sim, a
um cansaço e total descrença na coligação governante; a pressa senhor secretário-geral
é que o PS, sendo um dos signatários do Memorando, tem, apesar de tudo, que
definir uma estratégia de esquerda, de frente de esquerda, de combate claro e
lúcido em todas as frentes; a pressa senhor secretário-geral é que a táctica
que o senhor e os seus apaniguados têm seguido de deixar apodrecer a situação
e, depois, capitalizar os votos para uma “maioria absoluta”, é uma atitude
medíocre e apenas eleitoralista; a pressa senhor secretário-geral é que já não
queremos que apenas as moscas mudem para que a merda fique na mesma; a pressa
senhor secretário-geral é que o senhor não tem política mas um pensamento de
funcionário do aparelho e, um congresso, pode ser que instale uma linha politica
no PS; a pressa senhor secretário-geral é que a esquerda tem pressa; a pressa “senhor
quase a deixar de ser secretário-geral” é que o povo tem pressa. </span></span>
</div>
Fernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8558045986755817434.post-42882484852832024702013-01-14T21:20:00.001+00:002013-01-14T21:20:25.059+00:00Orelha de coentrada<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
O cão de olhar meigo que matou a criança já tem Providência Cautelar. Ainda bem que somos um País com as leis certas no lugar certo. O cão, já foi convidado para as televisões mas ainda não encontrou um agente, com o focinho à altura. Já lhe ladraram a petição e ele ia arrebitar as orelhas quando se lembrou que lhas tinham cortado não fosse outro Pittbull, este sem olhar meigo, lhas arrancasse e cozinhasse "orelha de Pittbull cruzado de coentrada". Apesar de tudo o cão de olhar meigo gostou do que ouviu. Não compreendeu muito bem o conceito de "abater" mas, desde que não o chateiem na cozinha à noite, não se importa com as cautelas que estão a ter com ele. Quanto à criança coitada para os peticionistas estava no lugar errado, à hora errada. É apenas mais uma vítima no dizer da Associação Animal sendo a outra, o cão. Ninguém cai em cima de um Pittbull numa cozinha à noite: arrisca-se a magoar o aparelho auditivo do pobre animal. SIT ZICO...SIT!</div>
Fernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8558045986755817434.post-3215332039434709602012-09-30T12:28:00.001+01:002012-09-30T12:28:52.902+01:00Peter Greenaway: "Nine Classic Paintings Revisited"<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="http://www.youtube.com/embed/plWSGEAuD_0?fs=1" width="480"></iframe>Fernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8558045986755817434.post-17218085108239740842012-09-25T15:23:00.000+01:002012-09-25T15:23:33.592+01:00Consumidor final<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
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--></style> <span style="font-size: large;">Hoje fui almoçar a um restaurante onde não aceitavam
Multibanco. Compreendi o problema. Elevadas taxas pagas aos bancos, 2,5/3%. O
que eu pergunto é porque é que o “consumidor final”, aquela entidade mítica da
sociedade portuguesa, paga tudo em dinheiro ou em ausência de serviços. Porque é
que os restaurantes, através das suas associações não dizem aos bancos: meus senhores
a partir de agora só pagamos 0,5%, é pegar ou largar. Resolveriam assim o
problema sem nos meterem no assunto nós, consumidores finais. Eu, consumidor
final vou passar a atirar para mais abaixo na escala da evolução, isto é:
abaixo de mim (este abaixo é relativo), há ainda outros consumidores finais como
por exemplo, varejeiras, baratas, diversas qualidades de insectos e coleópteros.
Vou passar a descarregar neles o IVA e todas as taxas do consumidor final. A
partir de agora baratas, tragam dinheiro porque o Multibanco já era!</span></div>
</div>
Fernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8558045986755817434.post-14276229566338673952012-09-21T11:21:00.001+01:002012-09-21T11:21:30.152+01:00Nigam<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmqlAzjT68HVE7vBV4hG7OlwIiMXwARU9oTg-5FwfCgzTkrJ2lEHSsrVZcuNVrJJ0JTc_AA0M8kS_9q0JaZ6R10osa4mM3V_gOVcY3HEs6Jib4hVQKLz-w9pg8DRQXFWn76HDLyoDrvNPG/s1600/nigam+copy.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmqlAzjT68HVE7vBV4hG7OlwIiMXwARU9oTg-5FwfCgzTkrJ2lEHSsrVZcuNVrJJ0JTc_AA0M8kS_9q0JaZ6R10osa4mM3V_gOVcY3HEs6Jib4hVQKLz-w9pg8DRQXFWn76HDLyoDrvNPG/s640/nigam+copy.png" width="422" /></a></div>
<br /></div>
Fernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8558045986755817434.post-16990709930492846292012-09-14T08:36:00.002+01:002012-09-14T08:41:33.565+01:00A Esquerda e os bandidos ou Sandokan e o tigre de papel.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">Não são novidade as medidas anunciadas nem podem constituir</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">surpresa. São apenas mais um passo da Via Dolorosa que iremos</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">percorrer durante bastante tempo. São medidas ideológicas</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">pensadas e executadas com a frieza de um jovem ultra-liberal, o</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">paquete bem acolitado dos grandes grupos económicos. Aguardo</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">ansiosamente, a comunicação ao País do Passos Coelho e do</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">Cavaco na véspera de Natal. De facto, o que apetece perante a</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">soberba doce do Primeiro, perante o sorriso alarve do Ministro da</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">Economia e perante a falsa introspecção discursiva do Ministro das</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">Finanças é ter uma recaída de extrema esquerda, uma violenta ida</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">à rua, um confronto radical, um exorcismo. Mas, tendo em conta o</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">elevado preço da gasolina, a atitude cocktail Molotov arrisca-se a</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">ficar muito cara, dada a quantidade que seria necessária. Em todo</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">o caso seria muito gratificante para o ego e para o narciso. A</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">atitude, convocar manifestações, vai ter uma grande adesão.</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">Vamos manifestar nos percursos clássicos, haverá alguns</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">confrontos violentos, bastantes discursos inflamados e novas</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">convocações tudo a bem da democracia. Politólogos de formação</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">rápida inundarão os media com opiniões repetitivas,</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">sensaboronas, ignorantes mas muito bem pagas. A casa da</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">democracia discutirá à saciedade estas medidas, as oposições, se</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">as tiverem, manifestarão as suas estratégias, haverá greves e</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">outras paralisações, o governo ripostará em vários fora...e por aí</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">fora. Tudo como dantes. Eles enriquecem, nós empobrecemos.</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">Então o que fazer como dizia o outro? A Esquerda (ainda?) não é</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">um movimento consistente, de actuação sistemática nos vários</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">planos da sociedade, abrangente, flexível/intransigente, inovador,</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">incansável. O PS tal como está configurado, não faz parte desta</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">história. A Esquerda não tem uma voz, uma política, uma atitude</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">mobilizadora, coerente e, sobretudo, alternativa. Então o que</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">fazer?</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">Para as grandes empresas e para o Governo deixámos há muito</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">de sermos considerados cidadãos, somos apenas consumidores,</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">cada vez mais pobres, dispostos a todas as formas de escravatura</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">e submissão. Esta “desvantagem” pode ser utilizada neste</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">combate. Assumamos declaradamente a nossa condição de</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">consumidores e deixemos de consumir: a gasolina, o telemóvel, o</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">que compramos e que é supérfluo, restaurantes, livros, jornais,</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">álcool, tabaco, uma lista grande de coisas que poderemos</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">dispensar durante um mês. Fiquemo-nos, durante esse período</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">pelo consumo dos bens essenciais. Conseguimos fazê-lo, estou</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">certo. Ajudemos o Governo a levar a economia ao fundo mas, já</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">agora, duma forma equitativa onde as grandes empresas também</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">tenham que pagar os custos. Empobreceremos mas</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">empobreceremos todos de uma forma democrática. Jejum,</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">abstinência de tudo o que não é necessário à vida, austeridade</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">sim, mas comandada por nós, verdadeira austeridade.</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">Simultaneamente ler com atenção os artigos vigésimos primeiro e</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">segundo da Constituição da República e,</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">desencadear acções legais nesta matéria. Encomendar estudos de</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">modo a que o Povo se possa constituir como parte civil na</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">acusação ao Governo e demais Órgãos de Soberania e, deste</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">modo, estar salvaguardado em acções de desobediência civil a</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">levar a cabo. Levar o Governo a tribunal por desobediência a uma</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">decisão do Tribunal Constitucional. E, claro, todas as outras acções</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">clássicas de protesto. Simultaneamente que se comece a ouvir a</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">voz e a energia da Esquerda. E, se possível, inventar receitas de</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">novos cocktails.</span></span></div>
Fernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8558045986755817434.post-77410790412002157782012-07-23T15:19:00.000+01:002012-07-23T15:19:59.725+01:00Política<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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</style> <span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; font-size: large;">Estamos conscientes da ferocidade messiânica de quem nos
governa. Estamos conscientes da prevista evolução de Cavaco Silva para Cavaco
de Deus Tomás acompanhando, aliás, a evolução do Ministério da Cultura para uma
futura Direcção Geral de Serviços Culturais, Eventuais e Afins. Estamos
conscientes da paralisia do PS e da mediocridade quer da sua intervenção
política quer dos seus actuais dirigentes. Sabemos, mesmo sem consultar os
vários oráculos que mediatizam a crise que, há várias velocidades na Europa, há
uma Europa de ricos e outra de pobres, uma moeda única não obriga a um
pensamento único. Sabemos que só o Ministro da Finanças se surpreende com o
desemprego, os desempregados já não. Sabemos isto e muito mais por exemplo que
gostaríamos de ser felizes. Vivemos décadas numa ditadura fascista, num país
cinzento, pobre, inculto, colonizador, racista, invejoso, pequenino Portugal.
As comparações são sempre manipuladoras mas hoje, quando oiço as vítimas dos
incêndios, grande parte deles produto de uma política florestal criminosa, não
posso deixar de comparar com as declarações das vítimas das cheias em 1967 na
Região de Lisboa. É o mesmo povo, as mesmas palavras, a mesma profunda tristeza
e total impotência perante “eles”, as entidades abstractas, os que governam, os
que não se sabe bem quem são...os que nunca cá vieram! Dizem-nos, que nunca em
Portugal, tivemos uma juventude tão escolarizada. E isto significa o quê? É
isto um indicador de desenvolvimento humano? É o número de telemóveis um
indicador de desenvolvimento humano? Perante a declaração atabalhoada de uma
velhinha sem dentes e com dor nos olhos, estas estatísticas desvanecem-se e
alertam-nos para que é preciso voltar a colocar a política no posto de comando,
no pensamento e na decisão. E voltar a eleger políticos e não funcionários nem
que para isso seja preciso andar à porrada. Acho que é mesmo isso que está a
faltar.</span></div>
</div>Fernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8558045986755817434.post-14879908395146600542012-06-03T21:59:00.001+01:002012-06-03T21:59:45.315+01:00The Doors Live Hollywood Bowl (full)<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="344" src="http://www.youtube.com/embed/-Whhg1zFPhU?fs=1" width="459"></iframe>Fernando Cardosohttp://www.blogger.com/profile/12184265484727399479noreply@blogger.com0