sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Contador

Quem se habilita a explicar-me como posso colocar um contador de visitas no meu blog?
Obrigado

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

ÍNDIA parte 2

Os cães perdidos, perigosos e tristes, o cordão do brahmin, a cobra,
a bicicleta com fardos de palha condutor invisível, os bois corcunda,
as linhas de água da rega: parcimónia e confiança,
a enxada e o facão que já resistiram a invasões
de estrangeiros idólatras e o som dos corvos; a cor das mulheres,
a cor dos objectos, a cor das coisas, a cor grita-nos,
o pinheiro alemão que cresce em clima tropical,
as mulheres tribais sem o pudor do hinduísmo,
braceletes e corpo à vista empunhando charuto,
a família numerosa que só bebe da água
que transporta mas experimenta, entre sorrisos infantis
um pequeno almoço continental (vá-se lá saber porquê o nome
onde nunca se é uma ilha), a buzina festa do trânsito,
as vacas surdas depois de milénios de adaptação,
cargas às costas de homens magros, cargas duras e ancestrais,
cargas e castas, a chave de casa atada na ponta do sari,
os corpos que cheiram bem, cheiro que se pega e apetece,
o sândalo incendiando a cabeça que estoira e o som dos corvos;
eles aos três de mão dada, óculos escuros com o autocolante da marca,
lábios vermelhos de pan, o jipe com 25 pessoas a bordo
onde cabe sempre mais um, os motores não têm segredos
é vê-los nus, espalhados pelo alcatrão e o mecânico de turbante
trabalha em padmasana, change money?,
quando não há eira há estrada
que é um bom lugar, os grãos descascam
e o vento do trânsito afasta a palha, a preocupação doentia
pela nota amachucada como se valesse menos,
curd not possible dito com o sorriso rasgado
de quem vai já buscar, anúncios de prevenção da sida
só em inglês porque a sida é uma doença estrangeira,
hotéis em forma de caixa de música ficando a dúvida
onde estarão as camas, os coolies de vermelho
e os comboios intermináveis, os pés nascidos da terra, o sono
em qualquer postura e quando é preciso, as figuras efémeras de anil
que atravessam terras vermelhas, as mãos em concha,
o lótus no coração e o som dos corvos.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Café “Yellow Moon”

“Servir com amor” é o lema do estabelecimento. Come-se igualmente com amor porque é tudo muito bem confeccionado, bem temperado, de sabor lento e prolongado. São três amigos, um deles cozinha e todos conversam. Excelente música acompanha a descoberta de uma interpretação livre e muito criativa da cozinha goesa. Se estiver ou vier para este lado do Mundo, Goa, pare aqui em Arpora entre Calangute e Anjuna. Contacto Ryan (+91) 9822 724 538.

Tehelka

Tehelka é um semanário indiano, independente, rigoroso, sério, muito profissional e muito vivo. Acompanha-me desde há uns tempos na minha busca de informação sobre a Índia. Este número que podem consultar online, contém uma peça sobre...ainda, os atentados de Bombaim. Remeto-vos para lá. Coloquem esta hiperligação nos vossos favoritos. Vale a pena.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Saligão







Estou a morar em Saligão na antiga casa do “Colonel (Dr.) Edwin d’Souza, L.D.Sc, EX IMS(D) Dental Surgeon”. Dá para andar de patins dentro de casa. deslizando sobre um chão enorme de tijoleira hexagonal amarela, vermelha e preta. O Sol côa-se por pequenos vitrais de concha que se avermelham pela manhã. Acácias, pimentas e mangueiras no pequeno jardim acolhem a passarada multissonora. Vamos ensaiar plantar alecrim para ver se o cuco se apresenta. As primeiras impressões são do conforto da sombra da selva tropical, da humidade quanto baste, do mar a cinco quilómetros, da frescura da manhã, do calor morno no fim do dia conversando no conforto dos bancos da entrada sob um telheiro indo-português, enquanto os templos próximos iniciam a banda sonora da noite cantando suaves bhajans.

domingo, 11 de janeiro de 2009

White Tiger

Tigre Branco é uma longa carta escrita por Balram Halwai, dirigida a Wen Jiabao, primeiro ministro da China. Balram Halwai da casta dos doceiros, aliás Munna, aliás "White Tiger" um empreendedor como ele próprio se designa, conduz o seu interlocutor silencioso Wen Jiabao e o próprio leitor numa profunda viagem pelo lado da escuridão, por uma Índia dura, corrupta e impiedosa. É o primeiro romance de Aravind Ardiga nascido em Madras em 1974. É uma viagem entusiasmante por um lado da Índia que é preciso, também, conhecer. Leiam este livro.