sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Livros

Nesta época comercial e para um ateu como eu, sabe bem ler as palavras do cardeal patriarca de Lisboa saudando os que acreditam “num Deus único”, louvando os seguidores das religiões do livro, os descendentes de Abraão.
É clarificador e tranquilizador esta visão parcial e discriminatória da Humanidade, esta visão objectiva, sem rodeios nem eufemismos da posição da Igreja. Mal aventurados os que acreditam em vários deuses e nas múltiplas e complexas manifestações do divino; mal aventurados aqueles que acreditam na pedra, na árvore, no animal, na natureza como repositório e manifestação do Universo porque deles não será o reino dos céus cujo espaço já está ocupado com imensas prateleiras cheias de Bíblias, Alcorãos e Torás.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Um ano

“A vida é como uma gota de orvalho na ponta de uma lamina de erva quando nasce o Sol” Visuddhi Magga
Este blog faz hoje um ano. Esta impermanência, este fogacho de letras e imagens, estas reflexões de um ocidental que, neste momento, não está à ilharga do Mar Arábico são um pedaço de vida bem mais pequeno que a tal gota de orvalho. Foi há poucos segundos que escrevi o primeiro texto. Continuo em peregrinação.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Yes we can't

Terminou a reunião de Copenhaga e chega a ser risível observar as caras consternadas dos líderes dos maiores países do Mundo. Todos eles afirmam que o “Acordo” ficou muito aquém do esperado. Mas afinal quem esteve naquela reunião? Afinal quem decidiu nada decidir? É óbvio que a finitude da vida humana e a ainda maior pequenez temporal dos cargos políticos, tolda a consciência planetária e não permite nenhum tipo de decisão global. Este facto coloca questões muito importantes ao cidadão do Mundo, à Comunidade Terra. Eu, um dos seis mil milhões, não quero ser dirigido por tal gente.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Luís Vaz

' Todo o Mundo é composto de mudança... Ninguém lê esta estrofe com quinhentos anos e ninguém a aplica. Já outros o disseram muitos séculos antes, outros o repetiram séculos depois mas não serve de nada. No campo da Educação os métodos, os processos de aprendizagem, a comunicação numa só direcção; o saber (matérias restritas) como forma de poder; o peso da Academia como oráculo indesmentível do conhecimento; a regra, a norma elevadas à categoria de critério universal e do qual depende a evolução das sociedades; a diferença e a rebeldia classificadas com uma etiqueta psico qualquer coisa e, se possível, drogadas com Ritalina ou semelhante para que tudo fique adormecido e calmo para o professor poder, enfim, explanar a sua sabedoria e, eventualmente, ser avaliado com um Bom+; a incapacidade dos professores em fazer brotar a criatividade; a incapacidade do sistema Escola/ensino em produzir alternativas equivalentes nos vários domínios dos saberes artísticos, conferindo-lhes igualdade de estatuto e de reconhecimento académico, tudo isto produz este Pais engravatado e castrador, frustrado e cinzento, infeliz e miserável mas olimpicamente corrupto, que esquece, educadamente que a mudança...toma sempre novas qualidades'

terça-feira, 15 de dezembro de 2009