terça-feira, 25 de maio de 2010

O PS apoia Manuel Alegre

O escorpião resolveu mudar de casa e por isso saiu à procura de um lugar que lhe agradasse. No caminho encontrou um rio e, como sabia que não conseguiria atravessa-lo, propôs a uma rã que o levasse às costas até o outro lado.
A rã, conhecendo a reputação do escorpião, perguntou desconfiada:
— O que me garante que não me vais matar? O escorpião, sedutor, respondeu:
— Não faz sentido teres medo de mim porque se eu te matar, também morrerei.
— E quando chegarmos ao outro lado?
— Ficarei tão agradecido que podes estar descansada.
Os argumentos do escorpião eram lógicos e a rã ficou convencida de sua sinceridade. Por isso permitiu que ele se acomodasse nas suas costas e iniciaram a travessia. Quando chegaram ao meio do rio, o escorpião deu-se conta de que ficaria a dever um favor à rã e, não se conformando, ergueu o ferrão, ferindo-a mortalmente. Ao sentir a dor da picada, a rã perguntou ao escorpião porquê, uma vez que assim, os dois iriam morrer, e este respondeu:
— Desculpa é a minha natureza … não pude evitar, agora vou-me agarrar aquele cavaco e tentar chegar à outra margem disse o escorpião à rã já cor de laranja do veneno.

Interpretação selvagem de uma fábula atribuída a Esopo

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Leo Ferre Les Anarchistes


O que me vai na alma é o princípio de uma revolta contra estes países brancos e engravatados, contra estes políticos sem soluções nem perspectivas, contra o principio do funeral de alguma hipótese de felicidade. Vivemos num espaço económico obscenamente rico com milhões de pobres, desperdiçamos toneladas de alimentos e medicamentos, pagamos a muitos milhares de funcionários para gerirem esta Europa do Atlântico aos Urais. Temos exércitos, polícias várias, aceleradores de partículas, submarinos, o Barroso, o Sócrates. O Euro até já é trocado no mercado negro de Nova Delhi. Somos uma fortaleza praticamente inexpugnável para os pobres de outras cores e, no entanto, não conseguimos montar um espaço Schengen contra os especuladores financeiros. Somos um bloco político-económico incompetente. As soluções que os nossos dirigentes encontram são sempre as mesmas. A crise é permanente, as soluções já testadas e aplicadas mantêm a crise, alimentam a crise, castram a inovação e o desenvolvimento, matam as ideias de progresso, reduzem os povos a consumidores desqualificados, a cidadãos infelizes e tristes. Fizeram-se sessenta e oitos e vinte cincos, recentemente o planeta exultou com um D. Sebastião preto, Berlusconni paga 300.000 euros mensais à sua ex. Já não há mais paciência para o diálogo, para a compreensão, para a tolerância de ponto. O que me vai na alma é voltar a apetecer-me andar ao estalo, falar a palavra do pavé, anarquizar!

Leo ferre - Le Chien (live)

terça-feira, 11 de maio de 2010

A propósito de discursos de aeroporto militar

Para o Dalai Lama, a verdade é relativa. Perceber que não há axiomas inquestionáveis e tentar encarar as situações sob todos os ângulos, antes de tomar uma atitude, é fundamental. Mas leva o seu tempo e requer alguns exercícios. A mente humana teria a tendência de elevar as próprias ideias à condição de verdades inexoráveis. Diante de uma situação de discórdia, diz Dalai, o sujeito enche-se de argumentos que o levam a tomar determinadas atitudes a partir do seu ponto de vista unilateral, desconsiderando a trajectória dos outros envolvidos.

Rabindranath Tagore "faz" 150 anos

Um artigo de Amit Chaudhuri sobre Rabindranath Tagore

segunda-feira, 10 de maio de 2010

A Europa não existe

Afinal a Europa não existe. Mesmo com este programa de 600 mil milhões de euros para apoiar os elos mais fracos desta suposta federação. O capital financeiro especulativo é a Europa. O Banco Central Europeu, o senhorio que nos faz subir ou descer a “renda” de casa é, afinal, uma entidade mítica. O BCE não pode emprestar dinheiro aos estados nem gerir um orçamento comum. O BCE empresta dinheiro aos especuladores que por sua vez o empresta aos estados com a selvajaria e o descontrolo conhecidos. E Portugal lá embarca nesta ficção dolorosa, reduz investimentos, vai aumentar os impostos, vai exportar cintos com mais furos que é a única coisa que se consegue vender nos países do Sul. A Europa é assim porque quer e porque os EUA querem. Porque não tem lideranças fortes. Porque se deixa conduzir por banqueiros de segunda e políticos de terceira. É uma ideia forte que enfraquece na adoração monoteísta do deus mercado. Cada vez é mais importante e vital que comecemos a diversificar. Ainda não queremos ser todos alemães.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Indicadores fiáveis

A publicidade é um dos melhores indicadores do estado de um país e representa a forma mais apurada de comunicação marketing/venda/persuasão/informação. Pelo exemplo que vemos temos que considerar que o estado do país é deplorável.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Manobras de Maio

Apoio a visita de Bento XVI. Habitualmente só nos visitam estrelas pop mais ou menos decadentes, actores de telenovela chungas e um ou outro chefe de Estado. Desta vez as nossas forças de segurança vão tirar a barriguinha de misérias. Cerca de 8000 agentes, segundo o Público, vão segurar a visita de 4 dias. São umas manobras como já não se viam há muito tempo. Desenferrugar o armamento, retirar caixotes do lixo por causa das bombas, autuar os carros estacionados nas ruas do percurso, tomar atitudes de autoridade coisa já esquecida dos nossos polícias, excepto quando cortam cabeças no posto. Só lamento não podermos utilizar os novos submarinos na segurança de sua santíssima santidade. Será que não é possível colocá-los no Tejo, por detrás do púlpito inspirado por uma grande pedra, armados com uns mísseis Stinger de plástico só para as televisões?