terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Pré-federalismos

É este estado de pré-federalismo muito prolongado que tem permitido e ele próprio sugere a criação de estruturas híbridas - não nacionais mas não totalmente federais – que se constituem como verdadeiros poderes paralelos e de nova índole, desligados dos cidadãos. E serão tantas mais e tanto mais híbridas quanto os crescimentos cada vez mais diferenciados dos países que o constituem e a inexistência de lideranças com projecto verdadeiramente europeu e comum. É sintomática a declaração de Barroso mandando calar para que os mercados não levem a mal. É impensável que qualquer outro alto dirigente de qualquer outro bloco socioeconómico faça declarações deste teor porque, nos outros casos, em todos os outros casos, as políticas são claras e públicas. Esta é a melhor prova de que a Europa não existe. É inadmissível que esta União Europeia não tenha uma posição firme e única face às agências de rating que ditam e controlam políticas nacionais. As nossas leituras e certezas sobre democracia e estado, sobre economia política e participação, sobre trabalho e capital precisam urgentemente de ser recriadas para darem origem a novas e diria, pré-federais formas, de compreensão do real. É urgente.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Natal

Quando os aeroportos, um dos locais mais controlados do Mundo, gelam e o director de Roissy chega a casa e o filho lhe pergunta — Pai como foi o teu dia? E o pai responde como se fosse uma empregada doméstica: —Faltou-me o líquido descongelante;
Quando grande parte das notícias dão imagem aos habitualmente transparentes e não televisivos sem-abrigo e às suas ceias colectivas aparentemente não solitárias;
Quando, nos hospitais, os velhos são depositados na véspera enquanto a família se faz à estrada na mira de um cabrito ou de um acidente mortal num qualquer IP;
Quando há circos nos vários canais e a graça consiste em comer, boçalmente, bananas;
Quando demasiados padres católicos invadem a televisão laica e, em profundos e vespertinos sermões, apelam à paz e à guerra santa;
Quando um fanático taliban paquistanês se faz explodir num fila de esfomeados;
Quando isto tudo acontece podemos ter a certeza que não é Natal.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Aparente debate

Começou a opereta das presidenciais. Primeiro acto: a galinha foge do inconsciente colectivo dos partidos comunistas. Que mal fizemos nós para ter estes candidatos? Volta Cunhal estás perdoado!

sábado, 11 de dezembro de 2010

Campanha eleitoral


Ouvi dizer que vai haver eleições para a Presidência da República de Portugal em Janeiro próximo, perguntavam um turista Kazak e a sua namorada (não sei se os Kazaks podem ter namorada ou só esposa (s). — Sim disse o polícia que por acaso não era estrangeiro nem de fronteiras. Ah dyes disse o Kazak em romano cirílico, é por isso que há luzes de várias cores na cidade...no nosso país, quando há eleições, os candidatos debatem, falam na comunicação social, escrevem nos jornais, existem...,aqui pelos vistos fazem programa político cada um com a sua cor de lâmpada. Muuuito orrriginal! O polícia interrogou-se pela primeira vez sobre este assunto e até se atreveu a dizer ao chefe:
— óhh chefe nem parece que vai haver eleições, chefe!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

As vinte cadeiras vazias em Oslo

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Venezuela
Vietnam