quinta-feira, 13 de maio de 2010

Leo Ferre Les Anarchistes


O que me vai na alma é o princípio de uma revolta contra estes países brancos e engravatados, contra estes políticos sem soluções nem perspectivas, contra o principio do funeral de alguma hipótese de felicidade. Vivemos num espaço económico obscenamente rico com milhões de pobres, desperdiçamos toneladas de alimentos e medicamentos, pagamos a muitos milhares de funcionários para gerirem esta Europa do Atlântico aos Urais. Temos exércitos, polícias várias, aceleradores de partículas, submarinos, o Barroso, o Sócrates. O Euro até já é trocado no mercado negro de Nova Delhi. Somos uma fortaleza praticamente inexpugnável para os pobres de outras cores e, no entanto, não conseguimos montar um espaço Schengen contra os especuladores financeiros. Somos um bloco político-económico incompetente. As soluções que os nossos dirigentes encontram são sempre as mesmas. A crise é permanente, as soluções já testadas e aplicadas mantêm a crise, alimentam a crise, castram a inovação e o desenvolvimento, matam as ideias de progresso, reduzem os povos a consumidores desqualificados, a cidadãos infelizes e tristes. Fizeram-se sessenta e oitos e vinte cincos, recentemente o planeta exultou com um D. Sebastião preto, Berlusconni paga 300.000 euros mensais à sua ex. Já não há mais paciência para o diálogo, para a compreensão, para a tolerância de ponto. O que me vai na alma é voltar a apetecer-me andar ao estalo, falar a palavra do pavé, anarquizar!

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