terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Pré-federalismos

É este estado de pré-federalismo muito prolongado que tem permitido e ele próprio sugere a criação de estruturas híbridas - não nacionais mas não totalmente federais – que se constituem como verdadeiros poderes paralelos e de nova índole, desligados dos cidadãos. E serão tantas mais e tanto mais híbridas quanto os crescimentos cada vez mais diferenciados dos países que o constituem e a inexistência de lideranças com projecto verdadeiramente europeu e comum. É sintomática a declaração de Barroso mandando calar para que os mercados não levem a mal. É impensável que qualquer outro alto dirigente de qualquer outro bloco socioeconómico faça declarações deste teor porque, nos outros casos, em todos os outros casos, as políticas são claras e públicas. Esta é a melhor prova de que a Europa não existe. É inadmissível que esta União Europeia não tenha uma posição firme e única face às agências de rating que ditam e controlam políticas nacionais. As nossas leituras e certezas sobre democracia e estado, sobre economia política e participação, sobre trabalho e capital precisam urgentemente de ser recriadas para darem origem a novas e diria, pré-federais formas, de compreensão do real. É urgente.

3 comentários:

  1. Excelente, Fernando! Obrigado pela Voz da Razão de que a Cidadania precisa para que os "dirigentes" não imaginem que são eles os "fazedores" da Europa e os cidadãos uma massa amorfa onde apenas se faz eco das suas bizarrias injustas e as suas irresponsabilidades cruéis.
    Um grande abraço.

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  2. Fernando,
    Faço link num Leituras Especial :)
    Feliz Ano Novo!
    Um abraço.

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  3. Obrigado Ana Paula mas após o último debate das presidenciais estou quase convencido que estes assuntos são esotéricos. Excelente 2011.

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