segunda-feira, 21 de maio de 2012
quinta-feira, 17 de maio de 2012
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Portugal outlet
Gostamos muito de marcas. Não lavo os dentes mas os meus
ténis são ...
A minha mãe foi obrigada a dar-me um ... phone senão
zangava-me com ela;
As parcerias público-privadas são uma boa marca mas, na
maior parte dos casos, tem defeito;
as bengalas dos cegos que mendigam no Metro são cabos de
vassoura e percutem no chão agradecendo a esmola da troika;
temos um primeiro ministro autêntico, um jota genuíno, um
total incompetente mas com defeito no que respeita aos discursos do desemprego
e outros;
também temos um PR perfeito, totalmente banal e
originalmente português mas, lá está, tem defeito, tem o defeito de dizer
coisas ocas e saltitantes, tem o defeito de nos envergonhar cada vez que abre a
boca salivante;
o povo português é, em regra, cortês, hospitaleiro,
gesticulador mas, enfim, tem um defeito, fala alto demais e cala-se quando não
devia;
a justiça é do melhor que há. Gente séria, trabalhadora
mas... tem defeito, o defeito da prescrição. Não sendo isso ninguém a quereria;
tentamos vender o melhor país ao melhor preço mas ninguém
nos quer, os mercados não nos querem. Estamos a ser postos à venda no mercado
errado. Se nos colocarem no mercado outlet, seguramente que seremos vendidos
depressa com lucro defeituoso é certo mas, apesar de tudo, lucro;
dizem que se vende gato por lebre mas eu acho que é uma
afirmação errada: vendemos apenas lebre outlet, com um pequeno defeito nas
orelhas. Não há gato aqui e, se houvesse, teria um pequeno defeito. Qualquer
advogado inteligente usaria esse pequeno defeito para protelar a afirmação
“gato por lebre” e arrastá-la, décadas em sérios e competentes tribunais
nacionais;
acho que chegou a altura de encontrar um blog outlet!
sábado, 12 de maio de 2012
terça-feira, 8 de maio de 2012
segunda-feira, 7 de maio de 2012
domingo, 6 de maio de 2012
quarta-feira, 2 de maio de 2012
Cidade dos mil lagos
Lisboa quer competir com
o país dos mil lagos. Saudável e inovadora atitude. Não temos NOKIA mas temos
calçadinha à portuguesa onde pousam, cada vez que chove, os tais mil lagos.
Atrevo-me a dizer que são mais de mil e aí já ganhámos ao país das renas. Cada
vez que chove esta cidade fica intransitável para os peões. A culpa é deles que
andam a pé, andem de carro como toda a gente e já não teriam que fazer
malabarismos e coreografias em palco de passeios revestidos da tal calçadinha à
portuguesa que faz a delícia dos turistas em tempo seco. Recomendo aos
calceteiros um cursozito de formação extensível aos fiscais e aos engenheiros
das várias especialidades camarárias. Um cursozito de compactação de pavimentos
para ver se conseguem fazer um piso liso. Eu sei que é difícil fazer um piso
liso, sem buracos, sem mil lagos mas podiam tentar. Estenderia este cursozito
de compactação de pavimentos aos patos-bravos, empreiteiros e também fiscais e
engenheiros que se ocupam de alcatroar as ruas. Com o qualquer lisboeta sabe,
quando chove não nos podemos aproximar da estrada porque há outros lagos, que
afundam o pavimento junto aos passeios e que provocam grandes molhas e
impropérios contra os automobilistas. Este cursozito também se destinava a
poderem fazer, os tais construtores, um piso liso. A melhor solução em todo o
caso seria rebentar com a calçada à portuguesa e colocar pavimento tipo
parisiense, liso, agradável, antiderrapante e esteticamente muito razoável.
Resolveram assim depois dos pavés de Maio 68. Os policias levaram tanta pancada
com a “calçadinha” parisiense que o estado resolveu acabar com o pavé pela
raiz. Bendita a hora. Se os portugueses seguissem o exemplo nas próximas
manifestações e arremessassem calçadinhas aos policias podia ser que os
lisboetas pudessem ter, finalmente, um piso liso e agradável de caminhar. A
cidade além de estar degradada verticalmente já nem na horizontal se safa. Só lamento
que se possa mudar de nacionalidade e não de naturalidade.
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