Transar o mercado de Mapussá, comprar caju,
talvez cardamomo ou pimenta, canela ou jaca. Cheirar o cânhamo e o camarão do
Mar Arábico a saltar para dentro do chacuti. Levar Dodol para comer à noite
quando a neblina se instalar sobre o Mandovi. Percorrer Pangin à procura da
tia-bisavó no Bairro das Fontaínhas, ouvir uma Avé-Maria em Concanin e reviver
a glória bafienta do Império nas conversas dos Noronhas e dos Albuquerques, à
mesa de teca com vindalho e cafreal. Beber um Feni e comer uma chamussa antes
que chegue o ferry. Em Velha Goa, velhíssimas relíquias de velhíssimos santos,
Xavier à cabeça, recordam-nos as barbas dos “ferenguis” que aqui
chegaram...alguns ficaram. A talha dourada encurva-se em barrocos asiáticos e
os santos, católicos brâmanes, vestem seda. Sentir as drogas e as coisas
medicinais da Índia na farmácia Ayurvédica onde estagiou Garcia de Orta. Do
alto do forte de Aguada vigiar o mar e o infiel e desenhar, na areia, mantras
de despedida.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
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