terça-feira, 28 de julho de 2009

Carta aberta ao Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros

A minha amiga russa, Ana e o seu filho, não me podem vir visitar. Eu estou sedentário dentro da fortaleza Schengen, a minha amiga russa, vive em Auroville na Índia. Estava a viajar pela Turquia e decidiu vir até Portugal. Informei-me no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras dos documentos necessários e, tenho pronto para lhe enviar, um Termo de Responsabilidade, apesar da sua assaz confortável conta bancária. O Consulado português de Esmirna não lhe concede o visto com o argumento de que não é residente na Turquia e, assim sendo, deve solicitar o visto na Índia que é o seu actual local de residência. Coisa prática e bastante exequível como se compreende! Se não fosse a nossa europeia configuração facial, diria que esta cena se passava na Coreia do Norte e que o regime acharia que a minha amiga russa era espiã ou emigrante económica que iria colocar no desemprego um zeloso funcionário do Partido. Não tendo os olhos amendoados pergunto como é que ainda há turistas que visitam a Europa? Assim sendo e para honrar a "segurança" e a "integridade" do espaço concentracionário Schengen, serei eu a visitar a minha amiga russa na Índia ou em qualquer outro país fora do bunker. Não posso terminar sem me congratular e dar uns vivas a esta fortaleza europeia que nos protege dos estrangeiros malfeitores e, possivelmente, terroristas. Parafraseando outro "querido" que mil outros espaços Schengen floresçam.

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