quinta-feira, 30 de julho de 2009

Homenagem tardia a R. das Gupta

Jornada a um lugar de passagem, tirtha yatra, é, no hinduísmo, o conceito clássico de peregrinação. Esta noção de tirtha significa ainda, o atravessamento, depois da morte, do rio imaginário Vaitarani que corre entre a terra e o mundo subterrâneo, governado por Yama, o deus da morte.
Ou a barca do inferno e a barca do céu em Gil Vicente e os vários rios que correm para oceanos de transcendência em várias culturas.
O professor das Gupta foi cremado nas margens do Ganges, em Varanasi, a sua cidade, depois de ter abandonado há muitos anos, o Bengaladesh.
Na cidade da luz, das Gupta, hindu, ensinava a arte e os rituais dos Gregos e dos Romanos e uma extraordinária cadeira chamada Arquitectura Indo-Islâmica, com uma paixão nos olhos transparentes igual à luz do Taj Mahal. Ser cremado em Banaras significa, segundo a mitologia hindu, não voltar a renascer, libertar-se deste ciclo infindável de transmigrações e de sucessivas purificações do karma. O karma de das Gupta já era tão puro que mesmo que tivesse sido cremado noutro sítio, iria directamente para o território das almas limpas. Namasté das Gupta ji.

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