sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Acordo eminente numa televisão perto de si

Que frisson! Não me emocionava tanto desde que Cavaco anunciou a sua candidatura. Que jogo de cintura senhores e com plano B e tudo. Durante uns dias até fiquei convencido de que Catroga e Santos não tinham os respectivos números de telemóvel. Pergunto para quê este jogo político? Parecem tricas de Junta de Freguesia do Portugal profundo, com todo o respeito: não jogo mais à sueca com o José Santos; e eu não vou mais à caça com o Eduardo Coelho. Que vergonha! Esta elite política do centro está gasta, corrupta desprovida de ética. Façam política, não concorram com reality shows porque perdem sempre. Façam politica se ainda sabem o que isso é.

domingo, 24 de outubro de 2010

Boca a boca

Quando um artigo de jornal começa com: “Estudo mostra que...”, só temos que nos curvar perante tanta ciência. No caso vertente um artigo do DN sobre socorrismo só confirma a minha opinião. Eu também acho que quem não tem formação em boca a boca deverá fazer boca a outra coisa qualquer, não se correndo assim o risco de perturbar a percentagem de sucesso dos dados apontados no estudo. É uma investigação de uma entidade americana, evidentemente, aqueles que colocam bips em todos os fucks. Percebe-se que defendam a mão no coração em detrimento de manobras mais íntimas que são comparáveis a sexo antes do casamento, logo condenáveis e impeditivas da ressuscitação.

sábado, 23 de outubro de 2010

Nostalgia de la luz - Patricio Guzmán - Extracto 3


Não percam se for exibido no circuito comercial. Uma parábola que se joga entre o passado do Universo e o passado recente do Chile. Magistral.

sábado, 16 de outubro de 2010

Zaping

Confesso que esta economia politica me ultrapassa. Confesso que via mais claro há uns anos atrás. Confesso que este capitalismo democrático me engana. Confesso que já não os posso ouvir. Confesso que a minha vontade é emigrar mas para um lugar do Mundo onde não se fale europês. Confesso que a língua portuguesa evoluiu muito; agora, é possível discursar através de infindáveis neo-advérbios e, no final, parece que todos têm razão. Os gajos invadem tudo o que é media e debitam longas e penosas construções de real ficção. Os gajos acham que dizem verdade, todos dizem a verdade. A verdade passou a ser supra partidária. O economês, o politiquês, o financês, passaram a fazer parte da nossa pró e contra cultura politico-sócio-económica. No nosso quotidiano muidinho, qualquer viagem de metro é um fórum aberto sobre ratings, off-shores, dívida pública, altos preços do petróleo. O Parlamento passou a concorrer com todos os Big brothers e discute shares televisivos ao milímetro. O zaping é agora entre os mineiros vedetas, as alternativas tipo Coelho/cartola, as gajas da casa da TVI e o brand ou crude. As coisas que nós sabemos! Temos o Orçamento connosco, obrigado portugueses. Fod...-se

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Metro

O projectista da estação de Metro de S. Sebastião, na ligação da linha vermelha com a linha azul, merece os nossos cumprimentos, diria mesmo, os nossos calorosos cumprimentos. Neste local, sente-se o calor humano, as pessoas roçam-se umas nas outras, há muito afecto, muito cheiro, muito corpo. Diria que é uma ligação de linhas quase sexual. São estreitas escadas de prazer quando chega um comboio, o mesmo que vai partir. Se acaso houver uma situação de pânico nessas instalações, não culpem o projectista pelos corpos espezinhados. A sua intenção era apenas estreitar o calor humano e as relações íntimas, cada vez mais ausentes do nosso quotidiano.