Seria injusto não reconhecer a criatividade, alguma dela produzida em horas extraordinárias, dos intervenientes das várias campanhas eleitorais. Não lhes chamo políticos porque não estão a fazer política, mas ainda não encontrei uma designação adequada para caracterizar a atitude e o desempenho profissionais, desta tecnocracia do entretenimento social. Injusto, repito, não ver na convocação de personagens históricas mais ou menos contemporâneas, um talento argumentista e televisivo que poderá ser uma vantagem em caso de desemprego temporário. Injusto não reconhecer nos eufemismos e nas várias figuras gramaticais utilizadas nestas aventuras, um contributo maior para currículos menores e anémicos. Injusto ainda não considerar que a repetição de mantras sobre os temas mais conhecidos, constitui um poderoso mobilizador para uma purificação cármica. Mas, apesar de tudo e reconhecendo o valor intrínseco e sempre igual destes entertainers, sugeria, até para a salvaguarda da sua saúde física e originalidade, que estas campanhas/comício/shows/standing comedies/etc., durassem apenas 3 dias. Que se faça uma alteração constitucional se for preciso. Aliás sugiro mais: que estas actividades fiquem na alçada da Direcção Geral dos Espectáculos e sejam objecto de classificação etária.
O governo português e Moçambique
Há 2 horas
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