Nos últimos vinte anos viajei, vivi e estudei na Índia.
A primeira vez, munido de um forte sentimento Ocidental,
achei que nunca mais regressaria a um país em que nada funcionava,
onde ninguém respeitava os horários e os compromissos,
onde o espaço próximo do corpo era continuamente devassado,
onde os aviões partiam antes da hora marcada, onde o calor transformava a pele numa chaga, onde se vivia rodeado de doença, miséria, sujidade ou opulência insolente, onde se dizia sim com a cabeça acenando não.
Depois tudo mudou e, despido de preconceitos, limitei-me a receber
aquilo que a Índia podia ou queria dar. Procurei entender e partilhar uma humanidade comum vertida no quotidiano com outros códigos e outros sinais, aparentemente tão distinta e tão longe da nossa racionalidade desinfectada.
Agora estou, de novo, aqui nas costas do Malabar.
Abro este blog a que chamei AyyapaExpress, com o Mar Arábico à ilharga.
Será um lugar de registo de impressões e sensações
pelos caminhos da Índia; rostos, paisagens, espiritualidades, imagens,
gestos breves, pedaços de memória que agora se organizam
deste modo para serem partilhados.
Namasté.
Música enquanto podemos
Há 3 horas
Bons relatos e boas vivências.
ResponderEliminarcaro amigo,
ResponderEliminardesde já prometo seguir cada pedaço de sabedoria que fores publicando...
posso pedir que fales um pouco mais dessa questão fantástica (especialmente para mim...) dos aviões sairem antes da hora?
ABC