sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Pequenas nódoas de gordura

Aguada, Candolim, Calangute, Baga e Anjuna uma linha de praias entre os rios Chapora e Mandovi. Pela mesma ordem de Aguada a Anjuna vai a gordura ocidental diminuindo e aumentando, um pouco, a elegância dos corpos brancos. Igualmente pela mesma ordem as tatuagens debotadas pelo acumular de gordura dos já precocemente velhos turistas, vão sendo substituidas por outras de melhor qualidade e de desenho ainda intacto. Somos mesmo feios nós, os brancos. Pequenas nódoas de gordura nesta paisagem de verde, mar, esquilos e corvos, pássaros azuis, rochas vermelhas e areia preta. O top less das entradotas australianas e alemãs causa-me incómodo visual e imensa curiosidade e excitação aos jovens indianos. Aqui a nudez não existe, mesmo na intimidade. Quando olhamos os corpos finos, secos, brilhantes e em suspensão desta gente ficamos com a clara sensação de que é preciso fazer alguma coisa para que haja algum equilíbrio neste Mundo. Passeamos, ostensivamente e com as mamas pendentes, o desperdício e a abundãncia.

2 comentários:

  1. Ao ler este texto e a tua afirmação de que é preciso fazer alguma coisa para que haja algum equilíbrio neste Mundo lembrei-me de Gandhi que dizia: é preciso viver simplesmente para que outros possam simplesmente viver.

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  2. Daqui, desejando Goa (quem viu Goa não precisa ver Lisboa), observo a nova rotina de saltar para a Internet na esperança de nos ver servida mais uma dose, mais uma viagem no teu Ayyapa. Será que a minha pequena Saroja de Karnataka ainda vende sarongs em Arambol? Ainda se ouve incessantemente Prem Joshua - Shiva Moon em Anjuna, no mercado de quarta feira? Gostaria de mandar recados, gostaria eu própria de ser um recado. Não sendo assim, continuo-te grata.

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