O que nos leva a nós, estrangeiros, a viajar para este lado do Mundo?
Há quem traga um par de sapatos para a andar na rua, outro para visitar os templos (onde só se pode caminhar descalço), um par de meias para casa outro para entrar nas lojas, desodorizantes e repelentes de mosquito perfumados, muitos sabonetes anti-bactérias, anti-eczemas, apenas anti.
Há quem tome banho com água filtrada e só coma omoletes.
Há quem não consiga sair do hotel, porque o cheiro é “insuportável”, e é difícil enfrentar a multidão que nos toca.
Muitos dormem com tampões nos ouvidos. Vêem a Índia como um filme estrangeiro sem legendas e sem intervalo e a incompreensão é total.
A rua é o centro do caos e não conhecemos os códigos.
Transportamos para o Oriente, quando o visitamos, uma carapaça supostamente imune a doenças, sons, línguas, gestos, toques, atitudes, religiosidades.
Essa carapaça tem apenas um orifício por onde fazemos passar a máquina digital e capturamos grandes clichés para rever nos écrans dos nossos computadores (alguns deles desenvolvidos por engenheiros indianos).
A rua é o centro da ordem e não conhecemos os códigos.
Árvores sagradas, pequenos ícones, taças de barro cru, pedras/falus, pigmentos, bagos de arroz, templetes, paus de incenso, a postura, o gesto da mão, o sim/não com a cabeça, os sinais no trânsito em mão/mudra. Códigos que nos passam ao lado mas concluímos certamente com certezas certeiras que: e sai lugar-comum e adoramos ter euros para trocar por rupias negras em mercados de todas as cores.
sexta-feira, 10 de abril de 2009
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