quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Étês (eleitores)

Esqueçam as marcas misteriosas no planalto andino, enterrem a caveira de cristal e Indiana Jones, desdenhem dos vários comités UFO no Mundo porque eu tenho uma teoria: os únicos e confirmados seres extra terrestres, habitaram Portugal no século XVI. D. Manuel I, Garcia de Orta, Fernão Mendes Pinto e mais uns poucos, não eram terráqueos muito menos portugueses. Portugueses de gema são por exemplo o Zé que tem um pequeno negócio:
— Quem eu ...fosca-se...facturas? para encher a barriga do Governo...da-se. Agora ao menos parece que isto vai mudar.
Ou a Zézinha que tem uma boutique de Outlet:
— Ó querido se não fosse o meu contabilista eu tinha lá dinheiro para estes sapatos e quanto é que pensas que custa a revisão do Audi...
— Sim, sim claro que sou pela despenalização, assim já posso vender sem ter a bófia sempre a fancos, este Governo é muito repressivo e autoritário, impede a liberdade comercial.
— Se recebi prémio este ano...naturalmente, compreenderá que a actividade bancária é ...sei lá ...eu até a comparava com a dos repórteres de guerra...é muito desgastante.
— O negócio está mau...isto não dá nada...estou asfixiado...veja bem que só conseguiu ir de férias para o México com a família e isso graças a ter ficado com o abaixamento do IVA. Se vou reflectir isso nos clientes...tábemtá. Sim espero que ganhe a senhora claro...estes do Sócrates estão sempre em cima de quem trabalha.
— Eu...não sei se diga afinal o voto é secreto...é PS...sim as minhas amigas também...adoramos a Carolina... o programa? Bem não li mas a minha tia leu e acha o máximo.
— Jerónimo... Jerónimo... Jerónimo... Jerónimo... Jerónimo
Mas o que é que o leva a votar CDU? — Jerónimo... Jerónimo...
— O Programa do Bloco...sim e não vamos lá ver as coisas são como são, ele há alturas em que é preciso tomar uma atitude ou o amigo não acha que a direita está a tomar conta disto?
Esta é uma pequena amostra dos portugueses suaves, os verdadeiros, aqueles que votam acertadamente e elegem outros portugueses verdadeiros, talvez não tão suaves mas genuínos. Gente prosaica que não se mete em aventuras marítimas. O português suave não mete água!

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