Li atentamente a entrevista de Francisco Louça ao Público de hoje, 8 de Agosto. Li e fiquei preocupado com a falta de lucidez e de inteligência política de um homem de esquerda. Simultaneamente surpreendeu-me a coerência e a fidelidade cega e serôdia à linha politica trotskista. A ideia é então partir o PS por dentro, rejeitar o que dele não é esquerda pura e tentar arregimentar, para a sua causa, a esquerda desiludida do socratismo. Bom tópico para um seminário na Zambujeira do Mar, mas fraco como politica eleitoral do concreto e do real português de hoje. Francisco Louça confunde o PS com alguns dos seus quadros dirigentes e esquece que o PS é também e isto não é de todo despiciendo, movimento de massas, fortes dinâmicas de pessoas.
Louça afirma “ a esquerda precisa sobretudo de ter uma força para a maioria. Essa força não é o PS.” ou “ a nossa competição é com o PS e o PSD”. Colocando no mesmo prato PS e PSD Louça continua, como Miguel Vale de Almeida escreveu, na lógica do “quanto mais dificuldades e tensões sociais melhor”, na lógica do aparelho PSR, numa estratégia cega e perigosa face à actual situação politica.
Ainda não perdi a esperança de ouvir Louça dizer numa visita ao Palácio de Queluz: La gauche c’est moi.
Agora tinteiros
Há 3 horas
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