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É uma típica família portuguesa. A mãe, o tio, o filho e dois sobrinhos. É uma família monoparental daquelas que dão aerofagia ao Cavaco: “neste período pré-eleitoral o Presidente da República humm não comenta humm a composição das humm famílias. Os portugueses e as portuguesas sabem humm a minha opinião”. Apesar disto é esta família que vai a votos. A mãe dá recados e, como não podia deixar de ser tem uns cartazes com uma linha gráfica clássica. A mãe não diz ao que vem mas aconselha: “façam politica com as pessoas”, “prometam só o que podem cumprir”, meus filhos, acrescento eu. O tio, igualmente numa linha gráfica clássica, imagem à direita/centro texto à esquerda, plano médio mais busto que outra coisa. O tio afirma que é possível uma vida melhor e é, não tenho dúvida. Ó tio porque é que não se inspira nos cartazes da revolução soviética?
O filho aproxima-se em grande plano e deixa a pairar um conceito abstracto para a masturbação dos urbano-depressivos e das várias Carolinas, “avançar Portugal”, yá, vou pôr no meu próximo rap. O sobrinho dilecto não dá a cara, ele é só script cretino e provocador. Apetece perguntar porque que o P. é mais fascista que o P. O outro sobrinho, mais modernaço apesar de messiânico, grande plano cortado com a banalidade “justiça na economia” quando o slogan adequado seria Justiça Economia. Estes vão ser os eleitos principais. O restante casting está para se ver e ouvir mas pelo andar da carruagem não esperem coisas originais.
Abençoados os que ainda se dão ao trabalho da crítica. É que se as maçãs estão podres e a macieira que as dá também, onde vamos encontrar a esperança?
ResponderEliminarSacramento