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O bronze e o bordão, ritmam o espaço próximo do açafrão suado na descida para a água.
É a hora da madrugada. Pequenos sóis despontam em archotes de manteiga. Camas de fogo onde repousam flores, cinzas, as almas dos peregrinos.
Danças de mãos em concha restabelecem laços mitológicos. Sobre a água, rituais de panos e corpos molhados ligam o Cosmos às bocas. Preces silenciosas saturam as paisagens ribeirinhas e os corvos riscam desenhos de dor. O sândalo, incendeia-se em libertação para não voltar a renascer.
A pancada no crânio inicia o caminho da alma.
É ainda a hora da madrugada.
Da varanda sobre o Ganges irrompe o disco solar imenso, incansável, poderoso. É a hora barroca. Começa mais um dia na cidade da luz.
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