sábado, 14 de março de 2009

Kashi, Banaras, Varanasi - Parte 1

Começou o tempo quente em Banaras. Luz e pó, som e fumo. Envolvem Varanasi várias camadas. Camadas de história da história do Mundo que frequentemente subvertem as interpretações dos peritos. Camadas de tempo que “patina” a arquitectura e a oculta, desvendando-a apenas, aos mais persistentes e pacientes. De repente, por trás de uma esquina, esconde-se Kuruksetra, um dos mais belos kunds (lago) de Varanasi. Imundo de lodo e lixo com a dignidade dos locais que sabem da sua importância. Espreita-se por uma porta, tentando não pôr os pés na lama fétida e um pátio interior colunado e rendilhado dá-se a ver na cor dos saris das mulheres sentadas sobre si próprias, à conversa. Estarão assim há mil anos? Azuis pálidos, ocres de sangue derramado na pedra de Chunar, brancos velhíssimos, emolduram o olhar. Um subtil gesto de mão convida a entrar e a ficar.

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