terça-feira, 17 de novembro de 2009

Digam-me como se faz

O desemprego está nos 10%. Oiço todos os dias grandes tiradas político-ideológicas sobre esta questão. Digam-me como se faz. Insto os partidos PSD, PC, Bloco e CDS, porque são estes os grandes paladinos de soluções e porque é o PS que está no Governo. Se fosse outra a composição do leque político a minha pergunta seria rigorosamente a mesma: digam-me como se faz. Mas digam-me objectivamente, tipo 3 medidas que diminuam o desemprego para 7% em três meses. Digam-me como se eu tivesse onze anos. Vão tomar de assalto os empresários e obriga-los a fazer empresas na meia hora e contratar muitos trabalhadores?
Vão fretar navios armados e descarregar produtos de fabrico nacional na China, na Índia, na África com protecção da ONU, para aumentar as exportações rapidamente?
Vão sequestrar as multinacionais e obriga-las a produzir não só automóveis mas também pasta de dentes, detergentes, gestores, tudo isto empregando 30% dos desempregados de cada Centro de Emprego?
Vão fundar centenas de micro-nano-pequenas empresas para produzirem, por exemplo, coreografias para as festas autárquicas? Sei lá!
Digam-me como se faz que eu sou um cidadão estúpido, ainda mais estúpido por ser de esquerda. Tenho verdadeiras lacunas na teoria económica e não entendo esta cena da globalização. Mas digam-me como se faz, façam-me feliz e dêem emprego a 200.000 portugueses antes da Primavera. Vá lá senhores sejam os verdadeiros messias universais!
Ensinem todos esses políticos da treta que vemos na televisão tipo Obama, Merkl, Sarkozy (que horror!!!), sim ensinem-nos como o Portuga tem sempre soluções. Mundo, be cool... o Portuga resolve, Portugal will get you a job.

1 comentário:

  1. Fernando,
    Eu, infelizmente para os candidatos a desempregados, estou à espera de ver quando é que o governo tem coragem de dizer que o desemprego vai subir até aos 11/12/13% antes de começar a descer.
    Através dos "Desabafos da Luísa (2)", que publiquei no blogue «Direito e Avesso», já é admitida essa hipótese do aumento do desemprego, muito antes das eleições.
    Um abraço.

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